Estratégias Alimentares de Unidades Domésticas Vulneráveis nos Setores Periurbanos da Província de Buenos Aires (Argentina). Contribuições para o Desenho e Gestão de Localidades e Políticas Públicas Atuais
DOI:
https://doi.org/10.31211/interacoes.n38.2020.a5Palavras-chave:
Estratégias alimentares, Unidades domésticas, Relações sociais, Políticas públicas de alimentação, EtnografiaResumo
Várias condições estruturais e contextuais podem colocar as populações numa condição histórica de vulnerabilidade, no que diz respeito à sua alimentação. Através de políticas públicas, os Estados tentam suprir algumas deficiências, no entanto, as necessidades das populações podem não ser atendidas e as unidades domésticas (UD) precisam de garantir a chegada de alimentos por outros meios. O objetivo deste artigo é identificar e descrever as estratégias para obter, produzir, distribuir e consumir alimentos desenvolvidos pelos beneficiários da UD dos planos alimentares em Berisso (província de Buenos Aires, Argentina) durante 2011-2013 e sua projeção na atualidade. O artigo concentra-se nas formas de organização, nos atores sociais envolvidos e nos relacionamentos estabelecidos. Através de uma abordagem etnográfica, com recurso a entrevistas semiestruturadas e observações sistemáticas, descreve-se a utilização dos planos alimentares, a assistência à s salas de refeições, o contacto com várias instituições e as formas alternativas de obter alimentos. No desenvolvimento dessas estratégias, regista-se o protagonismo do género feminino, a mobilização de diversos espaços e o contato com diferentes pessoas. Desta forma, demonstrou-se que as estratégias transcenderam a UD, o foco das políticas estatais. A consideração do alcance dessas estratégias que vão além da escala individual e/ou doméstica e que têm uma dimensão coletiva, pode ser útil para melhorar o design e a gestão dos programas alimentares na atualidade.
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