A Encenação de uma Ideia de Pós-jornalismo: A Partir de uma Revisitação ao Conceito de Pós-democracia de Colin Crouch
DOI:
https://doi.org/10.31211/interacoes.n43.2022.a1Palavras-chave:
Pós-democracia, Colin Crouch, Jornalismo, Media, Democracia, Imprensa PortuguesaResumo
A partir do conceito de pós-democracia de Colin Crouch, o presente artigo procura realizar uma leitura crítica transpositiva para os media e jornalismo de Portugal da atualidade. Tendo presente a noção de que o estado dos media e jornalismo é um indicador da qualidade da democracia, estabelecem-se abordagens comparativas a partir de referências diretas que Crouch lhes faz em Post-Democracy. Começa-se pela contextualização da interface media-democracia, seguidamente enunciam-se tópicos do conceito de pós-democracia, faz-se uma breve abordagem histórica à imprensa em Portugal, para finalmente se interrogar sobre a hipótese de uma tendência pós-jornalística. Na ponderação de uma ideia de pós-jornalismo recorre-se a diagnósticos e conclusões de estudos realizados pelo sociólogo José Luís Garcia, designadamente O Choque Tecno-Liberal, os Media e o Jornalismo: Estudos Críticos Sobre a Realidade Portuguesa, publicado em 2020 numa parceria com a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC). Recorrendo à ideia geral de sustentação do conceito de Crouch, de parábola histórica, é possível encontrar no contexto mediático português paralelismos com a pós-democracia, designadamente no poder crescente das corporações e na contaminação da informação jornalística pela publicidade e marketing com finalidades mercadológicas.
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