A Importância da Música no Contexto da Doença de Alzheimer
DOI:
https://doi.org/10.31211/interacoes.n37.2019.a6Palavras-chave:
música, Alzheimer, idosos, memória, inclusão, integraçãoResumo
O impacto da música em doentes de Alzheimer, tanto pelo seu funcionamento como elemento regulador da sua instabilidade emocional, como por constituir uma potencial alternativa ao uso da linguagem verbal (na maioria dos casos, afetada no contexto da doença de Alzheimer) tem sido analisado por vários investigadores, maioritariamente nos campos da Psicologia, Musicologia e Neurociência. A hipótese de a música ser um potencial atenuador da sintomatologia geral caracterizadora do Alzheimer carece, ainda, de investigação científica substancial. Este artigo centrar-se-á no caso de uma doente de Alzheimer de 90 anos: Helena. Hipóteses relativamente a potenciais semelhanças entre a doença de Alzheimer e o autismo, como, por exemplo, o uso da música, por parte dos doentes, como forma de comunicação e de autoexpressão, serão formuladas através da comparação do caso de Helena com o de Romy — uma criança autista — e da alusão a literatura de Adam Ockelford relevante para este campo temático. As reações e interações de Helena com a música permitir-nos-ão compreender de que modo a música pode funcionar como um regulador de estado(s) de espírito, como uma forma de expressão emocional e como um elemento estimulador da memória. Em alguns casos, a música é uma ferramenta valiosa para as famílias e cuidadores de doentes de Alzheimer, pelo facto de ajudar a melhorar a qualidade das suas interações e de otimizar a inserção e integração dos doentes em várias atividades da vida quotidiana, tal como o caso de Helena pretende comprovar.
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