Pessoas Transgênero e as Pesquisas no Campo da Administração
DOI:
https://doi.org/10.31211/interacoes.n45.2023.a3Palavras-chave:
Pessoas transgênero, Análise bibliométrica, Estudos organizacionaisResumo
Este trabalho teve por objetivo elucidar a evolução dos principais trabalhos publicados na base Web of ScienceTM sobre pessoas transgênero e pesquisas no campo da administração, apontando as lacunas e as principais tendências em pesquisas, por meio de uma análise bibliométrica. Como abordagem metodológica foi realizada uma análise bibliométrica de caráter descritivo, com técnicas quantitativas para avaliação de métricas de produção e difusão da literatura acadêmica atual, a partir da definição do eixo da pesquisa: pessoas transgênero e Administração. O levantamento bibliométrico realizado apresentou um total de 72 documentos, sendo os Estados Unidos o país a liderar as pesquisas na área. A análise revelou que o tema apresenta evolução lenta, sendo frequentemente relacionado a outras minorias. Em relação à interpretação do conteúdo dos textos mais citados, é incomum localizar estudos que tratam sobre experiências de pessoas transgênero sob uma ótica positiva. Os estudos sobre as discriminações sofridas por pessoas transgêneras são mais frequentes, porém os fatores que contribuem para este cenário, bem como os mecanismos para o seu enfrentamento ainda requerem maior discussão. Conclui-se que os estudos no campo da administração, embora estejam apresentando interesse crescente em abordar a diversidade de gênero e as identidades que compõem o acrônimo LGBT+, ainda não apresentam uma base suficiente de evidências que tratem de forma específica sobre a questão dos indivíduos transgênero.
Referências
Aria, M. & Cuccurullo, C. (2017). Bibliometrix: uma ferramenta R para análise abrangente de mapeamento científico. Journal of Informetrics, 11(4), 959-975.
Barclay, J. M., & Scott, L. J. (2006). Transsexual and workplace diversity – A case of “change” management. Personnel Review, 35(4), 487-502.
Beauregard, T. A. et al.(2018). Listen carefully: transgender voices in the workplace. International Journal of Human Resource Management, 29(5), 857-884.
Callon, M., Courtial, J. P., & Laville F. (1991). Co-word analysis as a tool for describing the network of interactions between basic and technological research: the case of polymer chemistry. Scientometrics, 22(1), 155–205.
Ciprikis, K., Cassells, D., & Berrill, J. (2020). Transgender labour market outcomes: Evidence from the United States. Gender, Work and Organization, 27(6), 1378-1401.
Cirilo, A. R. O., & Mesquita, R. F. (2021). Revisão Panorâmica da Análise das Políticas Públicas de Gênero no Brasil (2016-2020). O Social em Questão, Rio de Janeiro, 4(52).
Collins, J. C., McFadden, C, Rocco, T. S., & Mathis, M. K. (2015). The problem of transgender marginalization and exclusion: Critical actions for human resource development. Human Resource Development Review, 14(2), 205-226.
Costa, W. P. L. B. et al. (2019). Precarização das relações de trabalho: revisão sistemática, lacunas e tendências. FACEF Pesquisa-Desenvolvimento e Gestão, Franca, 22(2).
Cruz, V. L. et al. (2021). Análise bibliométrica da produção científica sobre inovação nos serviços turísticos. Revista Ambiente & Organizações, 1(1), 38-54. Disponível em: https://rao.emnuvens.com.br/rao/article/view/4. Acesso em: 28 mar. 2023.
Duncan‐Shepherd, S., & Hamilton, K. (2022). “Generally, I live a lie”: Transgender consumer experiences and responses to symbolic violence. Journal of Consumer Affairs, Disponível em: https://onlinelibrary-wiley.ez17.periodicos.capes.gov.br/doi/10.1111/joca.12482. Acesso em: 20 jun 2023.
Fletcher, L., & Marvell, R. (2023). Furthering transgender inclusion in the workplace: advancing a new model of allyship intentions and perceptions. International Journal of Human Resource Management, 34(9), 1726-1756.
Goldberg, C., & Willham, V. (2023). Lean on me when you’re not out: interactive effects of coworker support and concealment on transgender employees’ commitment and effort. Equality, diversity and inclusion, 42(1), 1-17. Disponível em: https://www.emerald.com/insight/content/doi/10.1108/EDI-10-2021-0268/full/html. Acesso em: 20 jun 2023.
Goryunova, E., Schwartz, A. K., & Turesky, E. F. (2022). Exploring workplace experiences of transgender individuals in the USA. Gender in Management, 37(6), 732-750.
Hennekam, S., & Dumazert, J. P. (2023). Intersectional (in)visibility of transgender individuals with an ethnic minority background throughout a gender transition: Four longitudinal case studies. Gender work and organization, Disponível em: https://onlinelibrary-wiley.ez17.periodicos.capes.gov.br/doi/10.1111/gwao.12992. Acesso em: 01 mai 2023.
Hossain, M. et al. (2020). Do LGBT workplace diversity policies create value for firms? Journal of Business Ethics, 167, 775-791.
Johnson, C. P. G., & Otto, K. (2022). Illegitimate tasks: obstacles to trans equality at work. Gender in management, 37(6), 763-781.
Johnson, R. G. et al. (2021). What is the Ethical Impact of Gender Non-Conforming Names? Public Integrity, 23(6), 41-554.
Johnson, R. G., McCandless, S., & Renderos, H. (2020). An Exploratory Study of Transgender Inmate Populations in Latin America. Public Integrity,22(4),330-343.
Kollen, T., & Rumens, N. (2022). Challenging cisnormativity, gender binarism and sex binarism in management research: foregrounding the workplace experiences of trans* and intersex people. Gender in Management, 37(6), 701-715.
Ladwig, R. C. (2022). Proposing the safe and brave space for organizational environment: including trans* and gender diverse employees in institutional gender diversification. Gender in Management, 37(6), 751-762.
Martinez, L. R. et al. (2017). The Importance of Being “Me”: The Relation Between Authentic Identity Expression and Transgender Employees’ Work-Related Attitudes and Experiences. Journal of Applied Psychology, 102(2), 215-226.
McCann, E., & Brown, M. J. (2021). Homeless experiences and support needs of transgender people: A systematic review of the international evidence. Journal of Nursing Management, 29(1), 85-94, Disponível em: https://onlinelibrary-wiley.ez17.periodicos.capes.gov.br/doi/10.1111/jonm.13163. Acesso em: 20 jun 2023.
McFadden, C. (2020). Hiring discrimination against transgender job applicants - considerations when designing a study. International Journal of Manpower, 41(6), 731-752.
McFadden, C. (2015). Lesbian, Gay, Bisexual, and Transgender Careers and Human Resource Development: A Systematic Literature Review. Human resource development review, 14(2), 125-162.
Mesquita, R. F. D.et al. (2023). Peasant women and the gendered inequalities in the industry of mining. Revista Katálysis, 26(2), 255-266.
Mesquita, R. F., Matos, F. R. N., & Rechene, S. T. (2018). O que dizemos sobre as mulheres empreendedoras? Revista Livre de Sustentabilidade e empreendedorismo, 3(6), 186-213.
Moura, L. K. B. et al. (2017). Uses of bibliometric techniques in public health research. Iranian Journal of Public Health, 46(10), 1435-1436.
Muhr, S. L., & Sullivan, K. R. (2013), “None so queer as folk”: Gendered expectations and transgressive bodies in leadership. Leadership, 9(3), 416-435.
Muhr, S. L., Sullivan, K. R., &Rich, C. (2016). Situated Transgressiveness: Exploring One Transwoman’s Lived Experiences across Three Situated Contexts. Gender, Work and Organization, 23(1), 52-70.
O’Shea, S. C. (2018). This girl’s life: An autoethnography. Organization, 25(1), 3-20.
O’Shea, S. C. Working at gender? An autoethnography. (2020). Gender, Work and Organization, 27(6), 1438-1449. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/gwao.12513. Acesso em: 11 abr. 2023.
Oyewole, G. J., & Thopil, G. A.(2023). Data clustering: application and trends. Artif Intell Rev, 56, 6439–6475.
Ozturk, M. B., &Tatli, A. (2016). Gender identity inclusion in the workplace: broadening diversity management research and practice through the case of transgender employees in the UK. International Journal of Human Resource Management, 27(8), 781-802.
Paniza, M. D. R., & Cassandre, M. P. (2018). Tudo muda para quem? O discurso da revista Exame sobre diversidade na reportagem de capa “Chefe, eu sou gay”. Revista Interdisciplinar de Gestão Social, 7(2), 119-141.
Paniza, M. D. R., & Moresco, M. C. (2022). À margem da gestão da diversidade? Travestis, transexuais e o mundo do trabalho. Revista de Administração de Empresas, 62(3), 1-20.
Reed, H. (2017). Corporations as agents of social change: A case study of diversity at Cummins Inc. Business History,59(6), 821-843.
Reiman, A. K., Ocasio, T. S., & Mezzapelle, J. L. (2023). How Cisgender People Define “Transgender” Is Associated with Attitudes Toward Transgender People. Archives of sexual behavior, 52(3), 991-1007.
Salter, N. P., & Sasso, T. (2021). The positive experiences associated with coming out at work. Equality, Diversity and Inclusion: An International Journal, 41(2), 224-240.
Schilt, K., & Connell, C. (2007). Do Workplace gender transitions make gender trouble? Gender work and organization, v. 14, n. 6, p. 596-618, 2007.
Schmidt, S. W. et al. (2012). Lesbians, Gays, Bisexuals, and Transgendered People and Human Resource Development: An Examination of the Literature in Adult Education and Human Resource Development. Human resource development review, 11(3), 326-348.
Silva, P. M. M. et al. (2023). Um olhar atento sobre a gestão da diversidade no contexto do trabalho. International Journal of Scientific Management and Tourism, 9(3), 1789-1806.
Taylor, J. K. (2007). Transgender identities and public policy in the United States. Administration and Society, 39(7), 833-856.
Teixeira, J. C. et al. (2021).Inclusão e diversidade na administração: Manifesta para o futuro-presente. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, 61(3), 1-11. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rae/a/RHJd88FZdXv6qWbTgpQbh8B/. Acesso em: 01 mar 2023.
Thanem, T., & Wallenberg, L. (2016). Just doing gender? Transvestism and the power of underdoing gender in everyday life and work. Organization, 23(2), 250-271.
Thoroughgood, C. N., Sawyer, K. B.,& Webster, J. R. (2021). Because You’re Worth the Risks: Acts of Oppositional Courage as Symbolic Messages of Relational Value to Transgender Employees. Journal of Applied Psychology, 106(3), 399-421
Turnbull-Dugarte, S. J., & McMillan, F. (2022). “Protect the women!” Trans-exclusionary feminist issue framing and support for transgender rights. Policy studies journal, Disponível em: https://onlinelibrary-wiley.ez17.periodicos.capes.gov.br/doi/10.1111/psj.12484. Acesso em: 04 mai 2023.
Van De Cauter, J. et al. (2021). Return to work of transgender people: A systematic review through the blender of occupational health. Plos One, 16(11).
White, K. J., et al. (2022). Factors associated with the financial strain of transgender and gender diverse college students. Journal of Consumer Affairs, 56(4), 1617-1637.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2023 Adriana Kirley Santiago Monteiro, Rafael Fernandes de Mesquita, Fátima Regina Ney Matos
Este trabalho encontra-se publicado com a Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0.
Os direitos autorais dos trabalhos publicados são retidos pelo autor que outorga à Interações o direito de publicação original. O artigo publicado pode ser utilizado livremente para fins educacionais, não comerciais, em conformidade com a Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional, contando que seja citado o autor, o título do artigo, o título e número da revista conjuntamente com o URL ou DOI do artigo.
