TY - JOUR AU - Ferreira, Nuno Pinto AU - Farate, Carlos AU - Vicente, Henrique Testa PY - 2019/12/31 Y2 - 2024/03/28 TI - O Mito Trágico de Salvador Dalí JF - Interações: Sociedade e as novas modernidades JA - INTERC VL - IS - 37 SE - Artigos DO - 10.31211/interacoes.n37.2019.a5 UR - https://interacoes-ismt.com/index.php/revista/article/view/439 SP - 108-143 AB - <p class="p1"><span class="s1">Este artigo propõe uma leitura crítica da autoanálise esboçada por Salvador Dalí na obra “<em>O mito trágico do Angelus de Millet</em>” à luz da interpretação de uma dinâmica familiar sob o primado da fantasia do <em>infans </em>de substituição. Sugere-se que esta narrativa, elaborada segundo o método paranoico-crítico, sobrepõe mito pessoal e ficção, alegoria omnipotente e reinterpretação delirante da saga familiar trágica, de uma díade mãe-filho permeada pela evocação histórica do “resgate” fantasmático de um irmão morto nove meses antes do seu nascimento. Foram triangulados excertos do texto sobre o <em>Angelus</em>, dados biográficos e aportes de Bion sobre a importância dos mitos privados na construção da identidade. Conclui-se que Dalí ensaiou a aproximação a outra dimensão do <em>imago </em>materno, que os outros escritos e atos autobiográficos aparentam contradizer, mais precisamente a Mãe Antígona que “enterra” o corpo do filho <em>in statu nascendi </em>sob o olhar cúmplice e impotente do pai. Realça-se a importância de Gala como figura da Anunciação de destino trágico-grandioso, segundo a mística bíblica do “Filho Unigénito do Pai”, solução romanceada, de cariz surrealista e delirante, para aquela que terá sido a problemática central da sua existência, a condição de criança de substituição de um Outro temido e desconhecido. </span></p> ER -